sexta-feira, 15 de julho de 2016

O OURO BRANCO DO NORDESTE DO BRASIL

FOTO TIRADA POR FRANCISCO MONTEIRO NUM CANAVIAL EM JABOATÃO DOS GUARARAPES PERNAMBUCO BRASIL 


O açúcar era uma relíquia desconhecido no continente europeu em meados do séculos XII. Chegando na Europa por intermédio dos cruzados e mercadores árabes, que comercializavam esta iguaria. O açúcar na época era utilizado com intuito medicinal. Isso em nossos dias pareceria algo entranho. Mas , que era um abito se utilizar do açúcar como ingrediente para se fazer remédios e conservantes de frutas.

Como o processo industrial era algo raríssimo, ou inexistente em muitos lugares. O açúcar consequentemente era produzido em baixíssima escala, e com má conservação. E devido ao fato de ser na época um produto raro, era considerado uma iguaria e um artigo de luxo e ostentação, por parte dos que podiam comprá-lo, e consumi-lo. Tanto ,que os seus principais consumidores eram nobres, monarcas e reis. Pois o açúcar era algo que nos nossos dias seriam inimaginável pensar, que seu peso era cobrado em ouro.  Tanto que por exemplo : o preço em alguns casos de uma saca de 30 quilos de açúcar custava em media 36 gramas de ouro.


                   O AÇÚCAR COMO HERANÇA NOS                              TESTAMENTOS

O açúcar era de um valor tão alto para as pessoas pobres, que os monarcas que possuíam as sacas deste bem colocavam, em seus testamentos quem deveria herdar após seus falecimentos. Tanto que a popularidade deste produto, entre os mais poderosos fez com que Henrique dias ainda infante, ordena se o plantio de mudas de cana de açúcar, na Ilha da madeira uma das colônias de Portugal.

Ainda no século XV, as colônias portuguesas começaram a receber mudas vindas da Cecília, e plantar as mesmas em seus respectivos solos. E levaram consigo, para outros lugares em que o solo pode se ser de boa qualidade. Para se ter uma maior produtividade no plantio dos canaviais. Com esse intuito, de conseguir um domínio na produção de açúcar, e do mercado marítimo desse produto. A América colonial portuguesa, tornou se a menina dos olhos de Portugal. Que pretendia ter o monopólio absoluto da produção, e consequentemente enriquecer ainda mais. E o lugar onde se tinha um solo de grande possibilidade de crescimento de grandes fazendas produtoras de açúcar era no Brasil. E mais especificamente na região nordeste.


             O AVANÇO E A COLONIZAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL

Com o avanço pelo litoral e mata Atlântica no nordeste do Brasil. Os portugueses começaram um processo de colonização. E de construção de pequenas vilas voltadas para a criação de grandes fazendas produtoras de açúcar, e da criação de grandes extensões de canaviais nas, áreas desmatadas. Com isso, a mão de obra escrava inicialmente composta dos povos nativos ameríndios, e depois com os povos de etnias negroides, trazidos do continente africano. Este financiamento vinha da Holanda e a produção era feita  no nordeste do Brasil. E o transporte, era por via marítima. Os  navios portugueses se encarregavam da responsabilidade de levar em segurança aos portos das colônias portuguesas, que eram os seus principais destinos.

Holanda se encarregava se de fazer o refino, que saia de maneira bruta. Para que pudessem chegar aos consumidores de maneira mais aceitável aos seus padrões.


                                               O NORDESTE DO BRASIL

Com o solo rico em nutrientes, e com o clima muito agradável e propicio a uma grande produção.
O nordeste do Brasil era o el dorado das oportunidades. Os que desejavam aventurar se em terras portuguesas, tinham aqui a chance de enriquecer.

Mesmo tendo de enfrentando as adversidades, e os povos nativos. Com os aspectos de uma terra para se colonizar, e com uma natureza para se desbravar. O nordeste acabou desenvolvendo uma cultura local baseada na economia, e nas tradições trazidas de Portugal. Possuía aqui as probabilidades e riquezas naturais para quem desejava investir no mercado, da produção de açúcar. Isso fez com que pequenas comunidades e vilas se desenvolvessem. E que novos oficios fossem criados para suprir as eventualidades na produção do açúcar.

Com os primeiros séculos de colonização, o nordeste tornou se o principal pólo de exportação de açúcar no mercado mundial. Com as primeiras mudas de açúcar no engenho da Capitania de São Vicente 1532, , que deu o passo inicial para que a cultura dos canaviais. Isso fez com que essa nova realidade, se torna se um retrato do que sustentaria o Brasil em seus primeiros séculos, economicamente.

As canas trazidas da Ilha da Madeira se adaptaram muito bem no solo, do chamado barro massapê, que existia no chama do engenho do Governador. Martim Afonso trouxe uma variedade, de cana de açúcar trazida da Ilha da Madeira, que seria uma das mais utilizadas neste período das capitanias.

No nordeste tem  um soro rico em nutrientes, dos quais praticamente quase toda especie e variedades das plantas nascem e prosperam. Isso favoreceu grandemente os engenhos, das capitanias próximas do litoral nordestino. Sendo assim, e favorecendo o plantio das canas de açúcar. Por mais esse motivo foi aqui que industrial prosperou. E teve grande e êxito em comparação a Rio de Janeiro, Espirito Santo e São Paulo.

Sendo assim as primeiras vilas e cidades do nordeste, foram criadas e sustentadas com o comercio voltado inicialmente para os canaviais.


 AS PRIMEIRAS VILAS E CIDADES DE PERNAMBUCO

O barro Massapê, é um solo marrom escuro muito utilizado também hoje para criar peças de artesanato muito vistas nas feiras populares, e centros de artesanato nordestinos. Este solo é de uma textura fácil de se trabalhar, e é de uma composição de calcário argiloso. Esse aspecto do solo faz com que grandes mestres desenvolvessem suas respectivas técnicas. E criassem tanto peças voltadas para o aspecto religioso, como as figuras sacras como também as figuras que mostram o cotidiano do homem nordestino.

Mas a principio o solo era apenas visto como um modo de se sustentar um marcado em expensão. Que t se transformou na principal realidade do Brasil colônia. Tanto que nas primeiras quatro décadas, pernambuco já possui-a mais 66 engenhos de açúcar. Isso fez com que os donatários das capitanias decidissem vir e investir, em suas posses de terra para assim aqui montar seus pequenos impérios comerciais em expansão.  Consequentemente o produto sendo feito com maior produtividade e mais rapidez, fez com que os preços de seus comerciantes baixassem. Devido a popularidade e fácil acessibilidade dos que podiam consumi-lo.
FOTO TIRADA POR FRANCISCO MONTEIRO EM IGARASSU LITORAL NORTE PERNAMBUCO BRASIL 

O donatário da Capitania de Pernambuco o senhor Duarte Coelho foi o fundador das vilas de Igarassu(1535)  e Olinda (1537 ) que estão localizadas no litoral norte de Pernambuco.

Duarte Coelho tinha o intuito de fixar os colonos na capitania de Pernambuco, mostrando as vantagens de residir aqui. E desejando trazer desenvolvimento a sua capitania, e por si mesmo administrada. Por isso decidiu fazer com que as relações entre os povos nativos e os colonos, foce de um certo modo pacifica, e pra isso ele promoveu e estimulava o casamento entre as mulheres indígenas e os portugueses colonos e residentes da capitania.
FOTO TIRADA POR EDSON SILVA EM OLINDA PERNAMBUCO BRASIL 

Também incentivou e trouxe para Pernambuco o cultivo do algodão, e estimulou a criação de gado bovino e o plantio de cana de açúcar. Oque fez que vilas fossem criadas e desenvolvessem, uma cultura local. Essa cultura,  as paisagens de Pernambuco e o povos nativos seriam retratados em pinturas feitas por artistas trazidos depois de um século por Mauricio de Nassau, com sua comitiva vinda a serviço da Companhia das índias Ocidentais.

Com as vilas feitas e em desenvolvimento, os colonos fixadas e constituindo famílias, a economia em desenvolvimento, novas formas de cultivo, a criação de gado na capitania, as relações humanas e a religiosidade sendo praticada num continente distante dos europeus, as bases da economia Pernambucana, nordestina e brasileira foram fixadas.


A CHEGADA DOS ESCRAVOS VINDOS DA GUINÉ  

Duarte Coelho com intuito de fazer com que o desenvolvimento da capitania de Pernambuco fosso mais rápida, mandou uma Carta 1539 ao rei João I I I, lhe pedindo auxilio e ajuda. Pediu que fossem trazidos escravos de origem africana do Golfo da Guiné. A capitania de Pernambuco chegou a ser a mais desenvolvida, mais prospera e produtiva em relação as demais capitanias hereditárias. Essa prosperidade perdurou até o século XVII, e fez com que o estado de Pernambuco se desenvolvesse muito culturalmente. Com esse desenvolvimento vários oficios foram criados. E como muitos não desejavam trabalhar em condições precárias em uma época do qual a exploração da mão de obra era desvalorizada, os escravos foram trazidos para trabalharem nos canaviais, nas senzalas, e demais lugares onde se tinham trabalhos forçados.

 Oficios como capitães do mato foram criados posteriormente para capturar escravos fugidos. Também foram trazidos bois, para o estado. Assim  mais uma atividade econômica se desenvolvível como  venda de leite nas vilas e a  criação de gado.

As relações humanas eram voltadas para a economia e a igreja. Por isso as atividades paravam quando soavam os sinos, e começavam as missas. Com as reuniões nas igrejas sendo realizadas, os moradores das vilas paravam suas atividades para exercerem sua fé. Essas paradas de poucas horas davam aos escravos um pouco de tempo, para ter um certo repouso em seus carceres, e pequenos aposentos coletivos. A vida cotidiana foi assim criada e se desenvolveu nas vilas e engenhos. Com uma vida prospera em certo ponto, e com as oportunidades de fazerem seus nomes respeitados entre os seus patrícios, as comunidades urbanas e rurais estreitavam relações, e criavam assim casamentos voltados parar as chamadas famílias sobres das colônias. Essa prosperidade trouxesse olhares voltados para o nordeste do Brasil. Do qual mais de um século depois atrairiam os Holandeses para o litoral brasileiro.


Por volta do ano de 1440 Portugal já possuía uma certa produção no cultivo e produção de cana de açúcar. Essa experiência lhes permitia manter se como fornecedores das colônias de Cabo Verde , Açores e Madeira e até algumas cidades italianas e Inglaterra. Com equipamentos  mão de obra qualificada e experiência, o mercado do açúcar teve sua expansão, e fez com que as colônias da America do Sul se tornassem as grandes forças econômicas, e motoras que seriam as grandes fontes e geradoras de lucro para Portugal. As organizações sociais, econômicas e culturais foram se estabelecendo e criando novos padrões e modos de vida. Estes colonos que receberam terras do rei tinha apenas a missão de colonizar a terra, e fazer com que o novo mundo torna se uma terra que seria a menina dos olhos de Portugal. Motivados pela ambição, ganancia e poder.

Os colonos numa base hierárquica que mantinha os moradores das vilas e colônias em seu poder criaram um modo de vida próprio e bem característico. Os que possuíam um engenho eram os mandatários dos demais. E exercia poder nos moradores de maneira que se faziam respeitar muitas vezes pelo temor e medo. Com o tempo os colonos começaram a vir com grande sede de poder e em grande número, e com os sonhos de serem respeitados e adquirir riquezas e na nova terra. Com o intuito de  fazerem suas vidas, e ter um padrão melhor do qual muitas vezes em Portugal não possuíam. Mas , o intuito inicial não era trabalhar. Devido a pouca mão de obra, muitos preferiram aguardar até as coisas se estabilizassem e só depois vir.

Os donos dos engenhos não vinham com o intuito de trabalhar. E menos ainda de tentar derramar suor, para que as colonias e engenhos se desenvolvessem. Vinham apenas com o intuito de obter poder lucro, e mandar nos demais. Com a escravidão dos povos indígenas, e posteriormente de povos de diferentes etnias africanas, o mercado do açúcar resumia se a basicamente lucro a base do trabalho escravo, desmatamento de grandes extensões de terra e o desejo de possuir cada vez mais lucros. Tudo isso devido ao monopólio agrícola e estatal. Que fazia do sistema  mercantil, um regime escravista. Com a monocultura  que existia na época. E por não ter livre mercado, e consequentemente concorrência para disputar os consumidores.

No começo a palavra engenho estava apenas associada a fabricação, e meios de produção de açúcar. Mas, com o decorrer do tempo toda uma cultura, estrutura e arredores de todo o sistema de produção e fornecimento de produtos derivados da cana de açúcar passaram a ser chamados de engenho. Os engenhos passarem a ser reconhecidos por causa das casas pequenas nos arredores, a Casa Grande, a senzala que era onde ficavam os escravos, as pequenas capelas, a monda, as florestas de onde eram retiradas as madeiras e as fornalhas. Toda uma cultura foi desenvolvida e baseada na produção dos derivados vindos da cana de açúcar.

Cada um tinha seu papel a desempenhar na comunidade. Os senhores de engenho possuíam destaque nesta sociedade. Não só, por possuir as terras e os meios de produção e a casa mais elevada no meio das colinas e serras. Mas, também por possuir , grande prestígios que lhes dava um stato como de nobres europeus. Muitos mandavam seus filhos para estudar na Europa, e tinham cargos de relevância na politica das comunidades. Possuíam cargos nas câmaras dos municípios, e os filhos quando voltavam da Europa ou mesmo os que ficavam para ajudar administrar ou herdar os engenhos, ocupavam importantes cargos na política municipal.

                     CONSTITUIÇÃO FAMILIAR NOS ENGENHOS 

As famílias dos senhores de engenho, não eram apenas constituídas por esposa e filhos. Muitos dos seus parentes, nascidos ou vindos da Europa residiam com ele. Seus filhos netos, sobrinhos e demais agregados como genros e noras. Era uma estrutura do qual o homem mais velho da família ou seja o patriarca Manteninha os familiares em um conviveu próximo, e nos limites de sua propriedade assim desenvolvendo vilas constituídas por seus familiares. Esta estrutura familiar era unida pelo bem esta, e dependência de todos os integrantes desde os mais jovens para cuidar para cuidar do patriarca e ter ser cuidado por ele.

As crianças cresciam e brincavam tomando banho de rio, cavalgando, pescando, passeando com os primos e irmãos mais velhos. Já as moças aprendiam tarefas básicas de casa, e recebiam mimos como perfumes e vestidos e joias. Nos dias livres alguns engenhos que possuíam uma pequena igreja ou capela, celebravam suas missas. De longe podia se ouvir os sinos por estarem localizados nas torres das igrejas, e por estas geralmente estarem bem localizadas, em pontos estratégicos e altos.

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