terça-feira, 4 de junho de 2019

DIA 4 DE JUNHO ANIVERSÁRIO DO MAIS FAMOSO CANGACEIRO NORDESTINO

Lampião,é assim chamado, o mais famoso cangaceiro, sertanejo, que divide opiniões, até os nosso dias.
No nordeste brasileiro, a bravura, coragem, determinação, perseverança, honestidade e a fé em Deus, são algumas das características, muito louvadas, entre os sertanejos.

Mas, no século XX um sertanejo, em especial, dividi-o opiniões, dos nordestinos. Entre o medo e a admiração. Um personagem, que ficou marcado nos livros de história do Brasil. O sertanejo, é conhecido por uma imagem popular, do homem forte, sofrido, honrado e com grande fé em Deus. Mas, os sertões nordestinos, foram banhados por suor, sangue, e com uma trilha sonora de pisadas no chão de terra seca, pedras e tiros, vindos dos grupos rivais, dos cangaceiros, policiais e do povo das pequenas cidades, que tentavam de alguma maneira, se defender.

Longe dos grandes centros urbanos, em desenvolvimento, as pequenas cidades dos sertões estavam com constante medo. Os mandatários do poder como coronéis, e seus serviçais tinham o monopólio do poder, de um povo sofrido e castigado, muitas vezes pela seca, e a falta de recursos. Esse senário triste e desolador, foi como uma força motris, para alguns como justificativa, para os crimes e extrema crueldade, praticados pelos donos do poder na época.

Nas, mais variadas fontes de pesquisa, os atributos são fortemente mencionados e constantemente repetidos, sobre os atos de coragem, audácia e crueldade do homem que hoje é visto como uma lenda, nos sertões nordestinos. Lampião assim, chamado o sertanejo Virgulino Ferreira da Silva, ficou famoso no nordeste e posteriormente no Brasil, por causa das literaturas de cordéis, jornais da época, rádio e no boca a boca do povo. Alguns o chamam de herói, outros o chamam de bandido. Mas, afinal de contas, quem realmente foi Lampião ?

Para melhor compreendermos, o individuo histórico e por muitos lendário, temos que fazer uma retrospectiva histórica, da época, que Virgulino Ferreira da Silva viveu e os fatos ocorridos, anteriormente, durante e depois de sua morte.

O ano foi 1889. O mesmo ano em que , a família imperial do Brasil foi mandada para o exílio, por conta de um ato que até hoje é visto por muitos, como um golpe de Estado, que derrubou a monarquia e implantou a república, inspirada na Revolução Francesa e na Revolução Americana. A bandeira do Brasil Império, foi substituída. A corroa por uma esfera azul. Mas, permaneceram as corres da bandeira do império.No caso o verde e amarelo.  Neste mesmo ano, o Brasil estava como um povo carente e com suas relações e ligações históricas, com o passado e com seus fundadores, sendo aos poucos apagadas e substituídas. Aos poucos a história começou a ser reescritas. Mas, alguns republicanos, se arrependeram do ato. Lamentaram ter de alguma maneira, apoiado a queda da Monarquia Brasileira. Como por exemplo o republicano Rui Barbosa, que em seu discurso disse o seguinte :

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...”.

Essa foi a obra da República nos últimos anos.

No outro regime (monarquia) o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre - as carreiras políticas lhe estavam fechadas.

Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam a que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.

Na República os tarados são os taludos. Na República todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos, hoje, com as fórmulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando.

Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.

E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos, pela influência constante dos nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem..."


 Fonte original do discurso de Rui Barbosa 
(Rui Barbosa - Discursos Parlamentares - Obras Completas - Vol. XLI - 1914 - TOMO III - pág. 86/87)

Anos depois em 4 ou 7 de junho de 1898,( algumas fontes dizem que ele nasceu em 1897 , por isso não se pode afirmar, nesta matéria ,com plena exatidão, qual a real data de seu nascimento ) nasceu no sertão pernambucano,no município de Serra Talhada, Virgulino Ferreira da Silva. Filho de José Ferreira da Silva e Maria Lopes.Com vocação, para administrar a criação de gado do seu pai e também considerado desde criança, um bom artesão, na arte de curtir e trabalhar o couro de boi, o menino Virgulino Ferreira confeccionava eté chapéus de vaqueiros.

Sobrevivendo numa época, em que a lei dos mais poderosos, ricos e fortes mandavam, ele cresceu numa realidade em que a geografia era composta em sua paisagem da caatinga. Vegetação tipica, do sertão do qual, grande parte da vegetação e composta de plantas com espinhos, e de poucas chuvas anuais. Mas, está realidade para muitos, servia como justificativa, para as disputas que culminavam, nas mortes de famílias inteiras. E as famílias Ferreira da Silva e Saturnino acabariam por se enfrentarem. Mas, salientando, que antes das desavenças, as duas famílias tinham até um certo ponto, uma boa convivência.

Serra Talhada está, uma distancia, de aproximadamente 416 quilômetros, da capital pernambucana, Recife. Serra Talhada, como muitas cidades do semi -árido pernambucano, teve seu inicio, com seus fundadores, os vaqueiros em sociedades, que exerciam este oficio, que é um dos mais antigos do Brasil. Serra Talhada , tem em suas proximidades, as cidades de Calumbi, Santa Cruz da Baixa verde e Trinfo. Na região chamada de Alto Sertão Pernambucano. Com o decorrer, do tempo a pequena cidade , foi sendo ampliada com a chegada de mais moradores, no caso colonos vindos de Portugal para residirem no sertão. Anteriormente, Serra Talhada era uma fazenda de criação de gado chamada de Vila Bela. Um dos colonos Portugueses o senhor chamado Augustinho Nunes Magalhães, junto com a população local, construíram a igreja, do qual a santa padroeira é Nossa Senhora da Penha. Serra Talhada está numa ótima localização, se tratando de via de acesso, para chegar na cidade de Triunfo e no estado vizinho mais ao norte na Paraíba.

Nascido depois do Brasil Império, e com a troca de poder e assumida pelos militares. Virgulino um garoto de família tipica do sertão da época, pobre e com uma realidade como tantos outros, se tornaria um nome que não seria mais esquecido, nos livros de história e nos contos populares, do nordeste do Brasil. Não foi o único cangaceiro logicamente. Mas, foi o que mais é lembrado, até os nossos dias. Nasceu numa época em que famílias se rivalizavam, por posses de terras, chegando ao ponto de muitos membros, das mesmas famílias serem executados, por famílias rivais. No caso de Virgulino, ocorreu o mesmo. 

Algumas famílias roubavam animais de criação, como gados e cabras. E isso também era um motivador. Para que as disputas, terminassem com o chão manchado de sangue, e com famílias as vezes inteiras, executadas. Virgulino era o terceiro filho sete irmãos( algumas fontes mencionam oito e outras mencionam 9)  da família Ferreira da Silva. Como mencionado antes, eles não ficam, de fora das disputas por terras e animais. Os irmãos Ferreira da Silva, foram acusados por uma família vizinha, de terem roubado seus animais.Já em outras versões, contam que em 1915 Virgulino Ferreira acusou um funcionário de um proprietário de terras chamado o senhor José Saturnino, de ter roubado alguns dos animais de sua propriedade. Mas, essa disputa e desavença, não ficaria esquecida, entre as duas famílias.

No ano de 1919 os irmãos Ferreira da Silva começaram a roubas vilarejos e mataram os gados, de outras propriedades. Este fato, foi o motivador, que fez com que a policia, fosse em busca dos Ferreira da Silva. Durante a fuga a mãe de Virgulino e seu pai morreram fugindo da fazendo e na troca de tiros com a policia. Isso foi o inicio de uma disputa, que faria com que o sertão nordestino, de sete estados, mudasse sua história, daquele dia para sempre. 

A família vizinha e os irmãos Ferreira da Silva, entraram num embate, que cuminol na morte do pai de Virgulino. Jurando vingança , Virgulino, mas seus irmãos, primos e amigos, formaram um bando que inicialmente , era composto por membros da família e que depois, foram entrando mais pessoas de outras famílias e lugares do nordeste.Isso já em 1920. De inicio foi aceito no bando de um cangaceiro, chamado Pereira, e foi justamente depois de assumir, a liderança do grupo de Pereira que Virgulino Ferreira da Silva, ganhou o apelido que o consagrou, posteriormente como o Rei do Cangaço, sendo assim chamado pelo titulo de Lampião.

Entre os cangaceiros de Lampião, estava seu ex cunhado viúvo, Virgínio. Virgínio, era conhecido por ser galanteador. Este fato, não mudou, nem mesmo, quando ele esteve no cangaço. Teve anteriormente, um relacionamento, com a irmã mais velha de Lampião, do qual a mesma, depois veio a falecer. Deixando Virgínio viúvo. A irmã mais velha de Lampião se chamava Angélica Ferreira da Silva. O cangaceiro Virgínio, chamado pelo apelidado, dado pelo bando, de Moderno, demostraria seus galanteios, em um dos refúgios de seu ex cunhado Lampião.

Tempos, depois em Paulo Afonso na Bahia conheceria Durvalina Gomes de Sá, de 15 anos, do qual iria se apaixonar. Durvalina Gomes de Sá, era considerada uma moça muito bonita, entre os rapazes que frequentavam a fazenda de seu pai. Mas, Virgínio que na época tinha 27 anos, fugiu com a moça, depois que o bando de Lampião visitou a fazenda. A fazenda do pai de Durvalina o senhor Pedro Gomes de Sá, era um dos lugares favoritos de Lampião, para se refugiar da polícia. A fazenda era um lugar de refugiu e estratégico, por está numa das áreas mais isoladas na época, no nordeste brasileiro. Mas, essa história de amor teria um fim trágico.

Durvalina e Virgínio, tiverem dois filhos, uma menina e um menino, que faleceram ainda na infância, distantes dos pais biológicos. Virgínio faleceu depois de ser atingido, por um tiro no joelho, desferido por um policial. Por decorrência da perda de muito sangue. Virgínio não suportou e morreu, deixando Durvalina, desolada . O combate ocorreu em Sertânia, no Estado de Pernambuco, que fica a aproximadamente 316 quilômetros, da capital pernambucana Recife. Mas, outro cangaceiro do bando de Lampião, chamado pelo bando de Moreno, tentou lhe amparar e consolar , em seu momento de dor, depois que o mesmo lhe perguntou, se desejava retornar para casa, dos seus pais dela, ou seguir a vida no cangaço com ele ? . Durvalina, aceitou a proposta, eles seguiram suas vidas no Cangaço. Virgínio, conhecido, como o cangaceiro do vulgo Moderno, faleceu em 1936 no més de outubro. Virgínio foi enterrado aos prantos, por seu amigo, o também cangaceiro Moreno, que se tornaria esposo de Durvalina para toda vida.

Como praticamente um ser lendário, existem várias versões, que são contadas para o apelido, ou titulo de Lampião. Algumas dizem, que ao executar um homem o cano de sua arma, estava tão aquecido, que ficou iluminado como um lampião. Outras dizem, que ele executava vários tiros, e isso fazia com que a arma ficasse iluminada e assim ajudou um dos homens de seu bando, achar um cigarro, caído no chão durante a noite. 

Alguns filmes tentam fazer uma reconstituição,  mais próxima possível dos acontecimentos históricos, e de como eram cruéis os atos praticados, contra os moradores locais e mulheres, que depois de serem estupradas, tinham o corpo marcado, com ferro quente como, se marca gado ou cavalo.Nas diferentes pesquisas dos historiadores de diferentes estados do nordeste, chegarão ao número simbólico de 200 mulheres estupradas, por seu bando!!!.  Segundo relatos, o primeiro ataque, foi realizado em 1922 pelo bando de Virgulino Ferreira, foi na cidade de Água Branca no estado vizinho de Pernambuco em Alagoas. 

  O termo cangaceiro, tem sua origem da palavra canga, um objeto de madeira colocado nos animais de tração, como uma alusão a vestimenta, ou indumentaria, utilizadas pelos cangaceiros do sertão. O surgimento dos cangaceiros, não foi com o intuito de serem justiceiros ou de agirem no bandidismo, como renegados. Mas, de serem matadores dos desafetos dos coronéis e fazendeiros. Eram os vingadores, ou matadores de aluguel por assim dizer, dos poderosos da época. Uma das praticas extremamente cruéis era a sangria. Enfiavam um punhal de lamina longa, entre a clavicular muito fundo, e depois retiravam, deixando a vitima morrer, de hemorragia externa e interna, devido a profunda perfuração dos órgãos.

Também , deixavam um rastro de lagrimas e destruição. Crianças eram sequestradas, vilas queimadas, corpos espalhados pelo chão e comércios eram roubados. Mas, Virgulino também teve suas baixas. Três dos seus irmãos, morreram em batalha, contra a volante e também foi ferido algumas vezes. Mas, nunca a principio, sendo algo fatal. Lampião, conhecia bem o território nordestino. Segundo relatos e pesquisas dos historiadores, dizem que Lampião percorreu entorno de , aproximadamente 62 cidades do nordeste. Com mais ou menos 500 propriedades atacadas e saqueadas. Mais de 16 mil mortes, decorrentes de seus ataques. Muitas de suas vitimas tiveram orelhas, línguas e olhos arrancados a sangue frio.

Conta se um relato, popular, que uma certa vez, Lampião e seu bando, chegou numa humilde residencia de uma senhora . A mulher, desprovida de recursos e numa habitação simples, não tinha como se defender. Lampião então lhe pediu, que preparasse um almoço, para se mesmo e seus homens. A senhora, foi no quintal, matou as únicas galinhas que tinha, preparou um feijão e serviu aos homens de lampião. Em quanto se alimentavam, Lampião perguntou aos seus comandados, qual a opinião deles sobre esta refeição? Segundo relatos, dizem que um dos homens mencionou que "faltava sal" . Depois de ouvir, a opinião de um dos seus comandados, perguntou a senhora, se ela poderia lhe trazer, o máximo de sal, que ela tivesse, em sua residencia. A mulher humilde, lhe trouxe aproximadamente, segundo relatos o único saco com sal, que tinha que era de aproximadamente um quilo. Lampião obrigou seu comandado, comer um quilo de sal e depois o matou. Dizem que ele falou que isso, era para que seu comandado, fosse agradecido pela comida.

Mesmo tendo praticados vários atos terríveis, Lampião, em certo ponto também foi visto como um herói, por causa de alguns atos cometidos por ele depois de saquear, os comércios e fazendas das pequenas cidades. Conta-se, que depois que ele efetuava os roubos ou furtos, ele dividia com seu bando e parte da população, mais pobre e desafortunada, parte dos pertences adquiridos em seus ataques. Como ele era um estrategista, se escondia ma caatinga, por dias e justamente, por dispor de técnicas militares em seus ataques, emboscadas e fugas, foi convidado, mesmo com todo o seu histórico para lutar contra a chamada Coluna Prestes.Com milhares de rebeldes e até fardas eram fornecidas neste ano de 1926. E recebendo armamentos e munição. 

Estrategista, mestre em emboscadas e fugas a caatinga, nordestina, que para muitos é um território, de difícil acesso, para ele servia como uma barreira natural e seu lugar preferido para esconde-se. Se utilizava, de técnicas furtivas e até suas pegadas, eram complicadas para serem decifradas, em que direção estavam indo. Devido o fato, de usar calçados de solado quadrado, que não dava para discernir, em que direção ele e seu bando foram. 


Com o decorrer do tempo o bando chegou a ter 50 pessoas, entre familiares, parentes, mulheres e amigos. Mas, Virgulino tinha um certo apoio, dos coronéis na época, que lhe ofereciam abrigo, comida e muitas vezes eram realizadas festas, nas propriedades dos fazendeiros e coronéis, para que dessa maneira, os fazendeiros e coronéis evitassem entrar em confronto, com o bando de Virgulino. Os fazendeiros e coronéis, que não os ofereciam abrigo, dinheiro e comida, se tornavam seus inimigos, e muitos moradores das pequenas cidades, corriam o risco de represálias e mortes. Os cangaceiros que estão entre os nomes mais mencionados e famosos são Corisco, Antônio Silvino e Lampião. 

Os cangaceiros se tornaram tão conhecidos e temidos no nordeste e em outras regiões do Brasil, que alguns estados, começaram a pedir recompensa, para quem os estregasse ou os executassem. O governo da Bahia por exemplo oferecia uma quantia de 50 mil contos de Réis, moeda em circulação no Brasil na época, pela captura de Lampião. Lampião chegou ao ponto de ter , em seu bando um pequeno exercito de 200 homens. Foi perseguido, por quase todos os estados nordestinos e nem mesmo mais de quatro mil, homens , não conseguiram capturá-lo, em emboscada. Muitas lendas e mitos foram criadas, sobre Lampião. Diziam que forças, de origem desconhecida ou espíritos malignos o protegiam. Mas, isso era devido o fato, dele ser um estrategista e que o sertão era como um quintal, do qual ele trafegava. E assim, a lenda foi ganhando força e forma. 

Em 1930 Lampião conheceu a sua companheira, e mulher de sua vida. Maria Déa de 19 anos , que era apaixonada, pelo cangaceiro e seguiu com ele. Maria Déa ganhou o apelido de Maria Bonita era casada com José , que trabalhava com o oficio de sapateiro.Maria Déa o abandonou , para seguir uma vida ariscada, com lampião,no cangaço por longo tempo.Mas, Maria Déa, teria um fim trágico. Consequência, de sua escolha, de uma vida de aventuras e perigos ao lado de Lampião. Mas, o cangaço, não duraria para sempre.


Lampião zombava da policia e dificilmente, era pego, pelo falo de sempre trafegar pelas linhas de fronteira de um estado para o outro, e terminava que no final das contas os estados não tinham um acordo federativo, para tentar capturá-lo, ou executá-lo. Com isso Lampião fugia, para outro Estado, do qual a policia de um, não interferia diretamente nas ações, do outro Estado. E isso, se tornava para ele um facilitador, em suas fugas. Foi então que o presidente da república na época, Getúlio Vargas,decidiu por terminar todo e qualquer, grupo ou focos de contendas e desordem no Brasil. Consequentemente, o cangaço, não ficaria de fora de sua decisão e de seus meios de ação. No período do Regime do Estado novo, foi determinado que o cangaço tivesse fim, e os cangaceiros, ficaram categorizados como extremistas pelo Estado. 

Depois de 20 anos de cangaço, muitas vitimas, muitas lendas criadas, mitos fomentados, perseguições, vilas queimadas, bravuras quase como de heróis míticos e seres intocáveis de maneira misteriosa, o cangaço teve o seu fim. A lenda do ser intocável, para muitos que se recusaram a acreditar, o ser mítico estava vencido finalmente. No estado de Alagoas uma tropa, composta de 48 homens, com a finalidade de por um fim, no bando de Lampião,foram em sua busca. Um dos cangaceiros mais próximos de Lampião, o senhor Manoel Dantas Loyola apelidado pelo bando de Candeeiro, avisou antes do ataque, que o lugar onde o bando estava, não era seguro. Mas, seu avisou de nada adiantou.

Os policiais comandados pelo tenente João Bezerra, executaram uma emboscada bem sucedida. Se utilizando, de 4 metralhadoras, transformaram o campo de batalha, na última paisagem de que muitos dos cangaceiros veriam a luz do sol, pela última vez. Esta emboscada foi realizada, em plena madrugada do dia 28 de junho do ano de 1938. No momento de sua morte, Lampião tinha em sua companhia 5 mulheres e 30 homens( outras fontes falam em 47 homens. Nem todos morreram. Na Gruta de Angico no estado de Sergipe perto do Rio São Francisco. O cangaço, que durou 20 anos, foi encerrado em apenas dez minutos, pelos tiros das metralhadoras. Depois que a batalha foi encerrada, as cabeças dos cangaceiros foram cortadas.Entre as cabeças cortadas estavam a de Lampião e Maria Déa a assim chamada pelo bando de Maria Bonita.  Mas, também existia um sub, grupo de cangaceiros a uns 700 quilômetros, do local, onde Lampião foi executado. Aproximadamente, tês quilômetros do local, no outro lado do Rio São Francisco, se encontrava outro temido cangaceiro. Corisco, um dos homens de confiança de Lampião estava liderando outro grupo de cangaceiros, que de longe puderam ouvir os tiros contra os cangaceiros. Mas, por causa da distancia, e do fator surpresa, do qual os cangaceiros ,foram surpreendidos, e não tinham como atravessar o Rio São Francisco no momento, não puderam fazer nada. Ficaram surpresos, muito provavelmente, sem acreditar no que estava acontecendo.

O cangaceiro Candeeiro, tentou ajudar Lampião, atirando contra os policiais. Mas, não pode fazer muito, para salvar o lidar do bando.Depois, Candeeiro, se entregou e preso, e com a promessa que não seria morto, ficou dois anos na cadeia. Depois, que foi solto Manuel Dantes Loyola chamado de Candeeiro, seguiu sua vida, como um cidadão comum. Seu  Né, assim chamado posteriormente pelos mais chegados, faleceu com 97 anos, na cidade de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco.Seu sepultamento foi no município de Buíque, também, em Pernambuco.Candeeiro, tinha no bando, a função,de levar mensagens, nas cidades do Sertão, pedindo dinheiro, em troca da segurança, e para que as cidades não fossem atacadas, pelo bando de Lampião. Segundo relatos, eram raros, os mementos que ele retornava de mãos vazias, depois de mandar seus recados.

Nem todos os cangaceiros foram mortos. Os que fugiram, e conseguiram posteriormente sobreviver, abandonaram as praticas de cangaceiros. Mas, muitos dos sobreviventes, não ficariam impunes, por muito tempo. Alguns foram capturados, e outros foram mortos em outros combates em lugares diferentes do nordeste. Os cangaceiros sobreviventes, viviam ou sobreviviam com medo, depois, da morte de Lampião. O medo reinava em suas mentes, depois de saberem que seu líder teve a cabeça exposta depois do degolamento e as lembranças dos crimes os atormentavam como um fantasma. As noites na caatinga, eram de pavor. O medo reinava. Principalmente, o medo de ser pego pela polícia,ou de serem entregues por alguém que os reconhecessem.Os crimes praticados pelos cangaceiros os assombravam. As noites eram longas e a caatinga, não lhes representava mais segurança. Suas existências e não transmitiam mais tanto medo, nas pequenas cidades e o medo os deixavam temerosos, de receberem o mesmo destino que Lampião.

Aproximadamente dois anos depois, um experiente e temido caçador de cangaceiros, o tenente José Refino, da policia do estado vizinho em Alagoas se encarregou de por um fim, aos atos de Coristo e consequentemente a vida do mesmo. Ambos lutaram. Mas, Corisco no final perdeu e teve sua cabeça decepada pela polícia. Os nomes dos cangaceiros, do bando de Lampião, foram aos poucos, sendo apagados, das listas, dos homens mais temidos do nordeste!, por meios de combates!.

Alguns homens segundo relatos, mencionados nos mais variados livros, entraram no cangaço depois de terem sido envolvidos em falsas acusações, como por exemplo : roubo, tirar a virgindade de uma moça de família poderosa antes de casar e por se envolver nas mais variadas rixas, com outras pessoas. E em alguns casos logicamente, que as acusações não eram mentira. Mas, não podemos afirmar que todas eram mentira. Mas, depois de terem as suas vidas, nomes e honras por eles mesmos ou por outros devastadas, fugiram e decidiram entrar para o cangaço.

 As cabeças dos cangaceiros, foram colocadas em exposição, em Alagoas, e depois foram levadas e expostas em Salvador na Bahia.  

Tudo isso, fez com que uma porta, se abrisse ideologicamente falando, para que várias ideologias e personagens surgissem num país, que os mandos do poder, sempre estavam trocando de tempos em tempos de mãos.

Hoje em Serra Talhada, turistas, pesquisadores independentes, historiadores e estudantes vão para a cidade conhecer, um pouco melhor a história do homem que marcou o nordeste durante 20 anos, e que ficou com seu nome escrito nos livros de história do Brasil.

Fontes : Livro 1889.

Livro : HISTÓRIA 45 A VIDA NO CANGAÇO. Altor , Nonato Freitas

Canal :Fatos Desconhecidos : https://www.youtube.com/watch?v=3VoWm788jjc

Fonte : O Globo : https://oglobo.globo.com/brasil/morre-candeeiro-ultimo-integrante-do-bando-de-lampiao-9168711?fbclid=IwAR2ywCVHRhipKk1oa976EjLwXEokpMTdTMAhphtWtl6u55UUqZ8wVK58uig

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